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Balanço da 1ª Jornada Sobre Olhão : “RIA, AMBIENTE E PESCAS”

1ª JORNADA SOBRE OLHÃO – “RIA, AMBIENTE E PESCAS”

 

Realizou-se no auditório da Junta de Freguesia de Olhão (Praça de Agadir), no passado dia 21 de Dezembro de 2012, entre as 21horas e as 0horas,  a primeira das jornadas sobre Olhão organizada pelo núcleo concelhio do Bloco de Esquerda. Subordinado ao tema “Ria, Ambiente e Pescas”, o encontro permitiu reunir várias sensibilidades de abordagem às questões do ambiente e das actividades tradicionais relacionadas com a ria, destacando-se a pertinência da troca de informações e de sugestões e a vivacidade das intervenções dos cidadãos presentes.

 

Apesar dos constrangimentos, nomeadamente a impossibilidade de comparência da eurodeputada Marisa Matias (por motivos de doença de um familiar) e a adesão que se esperava mais significativa (estiveram presentes cerca de trinta e cinco pessoas), foi possível apresentar e debater temas da realidade olhanense onde a intervenção dos poderes públicos se caracteriza mais uma vez pela negligência ou pelo abandono, destacando-se a urgência e necessidade de  políticas articuladas que, com a participação de todos, incentive a qualidade de vida, o emprego, o desenvolvimento sustentável da nossa região.

·         A propósito do visionamento em ante-estreia do documentário de Paulo Fialho (“Visões salgadas”), para além da qualidade artística e testemunhal da obra, destaque-se a identificação dos principais problemas que afectam a salinicultura algarvia, as enormes potencialidades do sector e as experiências particulares de recuperação dessa actividade ancestral que deverão, como modelo de inovação e de boas práticas, informar qualquer política local de promoção;

·         Principalmente na área da pesca tradicional na ria, refira-se o contributo do economista Dorilo Seruca que, com base na vasta experiência profissional especializada, retratou e explicou a situação alarmante do sector, enriquecendo o debate com a apresentação de sugestões para activar o papel da autarquia na defesa dos recursos naturais locais e do emprego e qualidade de vida, instrumentos decisivos para o desenvolvimento futuro de toda uma economia local;

  

·         No que respeita às questões ambientais, saliente-se a persistência da intervenção informada de caracter cívico de António Terramoto que, ao longo do tempo, tem vindo a confrontar e a alertar os poderes públicos para a urgência da defesa da ria e das ilhas-barreira, quer no campo da gestão e da protecção ambiental, quer na luta contra os atentados dos agentes poluentes, focando-se as causas principais da erosão costeira e da eutrofização crescentes, a ineficiência dos sistemas de tratamento de águas residuais e as medidas de investimento necessárias para um ambiente local equilibrado que permitam a defesa das espécies e do ecossistema particular da ria.

 

Foi, em suma, uma iniciativa informal, aberta nas participações e nas intervenções, que trouxe algo de novo à vivência quotidiana da política do concelho – a oportunidade de conhecer, debater e consolidar ideias e experiências sobre o meio, num contexto de déficit da democracia participativa (falta de diálogo com as populações; falta de informação e de transparência sobre as grandes opções de desenvolvimento local); a oportunidade de congregar esforços e dinâmicas para construir um projecto autárquico alternativo onde todos são necessários e importantes.

 

CONHECER, DEBATER E TRANSFORMAR EM CONJUNTO é afinal o lema destas iniciativas e a primeira das jornadas sobre Olhão terá cumprido o essencial do seu propósito.